A alimentação está cada vez mais em destaque no mundo, principalmente entre os praticantes de esportes, sendo a nutrição uma ferramenta importante para melhora da qualidade de vida, desempenho e uma vida equilibrada. Mas como o profissional de saúde pode atuar? O que é necessário saber? Quando digo sobre prática de corrida me refiro às pessoas que já praticam para alcançar desempenho e não somente emagrecimento. A adaptação da alimentação para corredores favorece um melhor equilíbrio de gasto energético, o qual interfere diretamente sobre a imunidade que necessitará equilibrar-se para uma recuperação mais adequada, auxiliando assim na prevenção de lesões e no melhor desempenho do corredor.
Os esportes de uma maneira geral utilizam diferentes sistemas de energia dentro do corpo, por exemplo, um corredor de curta distância como Usain Bolt utilizará caminhos diferentes de um atleta de longa distância como um maratonista. Os sistemas de energia mudam completamente à medida que a distância percorrida pelo atleta aumenta, o metabolismo aeróbico, a utilização de reservas de glicogênio e a oxidação de gordura acompanham essa demanda solicitada.
A ciência mostra claramente que as dietas ricas em carboidratos aumentam a resistência e a capacidade de corredores de longas distâncias.
Os etíopes que são exímios corredores têm sua alimentação composta de 75% de carboidratos que são essenciais para atletas que percorrem longas distâncias, como meia maratona e maratona, porém a ingestão recomendada é de carboidratos de qualidade e saudáveis para um melhor aproveitamento, como por exemplo: aveia, batata – doce e quinoa, ou seja, que não gerem picos de glicemia e sejam degradados de forma mais lenta.
Atletas que não consomem carboidratos e não mantém sua balança energética com os macronutrientes equilibrados sofrem no período de aumento da intensidade do treinamento uma queda no sistema imunológico e são mais vulneráveis às infecções.
Além dos carboidratos é essencial para o profissional da saúde ter em mente a importância do equilíbrio entre os macronutrientes, como a proteína e a gordura.
A proteína tem a função de preservar a massa magra que é fundamental para recuperação e a manutenção de força para corredores, para que as perdas sejam minimizadas em função do alto gasto energético.
A gordura é outro macronutriente importante principalmente para manter a função hormonal inalterada, sendo um macronutriente com alta densidade energética e importante para longas distâncias.
Os micronutrientes são fundamentais para a manutenção da saúde dos praticantes de corrida, eles são compostos como: cálcio, sódio, potássio, magnésio, etc que atuam primordialmente na regulação das atividades hormonais, melhorando o transporte de oxigênio para as estruturas, e interferem diretamente sobre a qualidade do sono e recuperação do atleta.
Ressaltamos que a ingestão de multivitamínicos em cápsula não compensarão uma dieta inadequada. O consumo de vegetais como espinafre e rúcula que possuem nitratos (os nitratos elevam sua a concentração plasmática sendo convertido em óxido nítrico), elevam a quantidade de oxigênio que chegam aos músculos, como consequência isso aumentará seu volume máximo de oxigênio, a fadiga muscular irá demorar mais tempo para ocorrer tendo um ganho adicional de desempenho, pois terá um menor consumo de oxigênio e uma melhor eficiência muscular.
O equilíbrio de proporção alinhado a um treinamento adequado garante a saúde e todos os benefícios proporcionados pela corrida.
O trabalho integrado entre os profissionais da saúde se torna cada vez mais evidente diante da demanda dos pacientes. A integração entre o nutricionista, fisioterapeuta, treinadores e todos os profissionais envolvidos no trabalho com o paciente que pratica corrida apoiam a interferência não somente da alimentação em relação ao gasto energético mas também que alguns alimentos aumentam os níveis inflamatórios. Outro fator que interfere é a disbiose intestinal, que consiste de uma microbiota desequilibrada, a qual favorece vários fenômenos que podem impactar diretamente no aumento de lesões e consequentemente em uma queda no desempenho.